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Reverberações futuras
Thu 1 May, 2014
Após uma troca cultural indo de Bristol a Recife, e uma mostra fantástica de fim de semana, com intervenções, diálogos inspiradores, uma exposição, workshops e uma festa lúdica na rua, Recife: The Playable City está agora terminado, mas reverberará ainda por muitos anos.
Imagens © Beto Figueiroa/TragoBoaNoticia 2014
A programação foi concebida cerca de dois anos atrás como um festival e um esquema de desenvolvimento colaborativo. Queríamos unir praticantes do Brasil e do Reino Unido para coletivamente considerarem o futuro de nossas cidades, fazer contatos, desenvolver novas ideias, trocar experiências, envolver o público com trabalhos digitais emergentes – e esse pareceu o meio perfeito de fazê-lo.
Estamos bastante orgulhosos e muito empolgados com o grande sucesso que a programação fez. Os praticantes envolvidos foram absolutamente fantásticos e todos que se juntaram aos nossos eventos em Bristol e Recife eram muito abertos e dispostos a conversar.
Imagens © Beto Figueiroa/TragoBoaNoticia 2014
A programação recebeu grande cobertura jornalística da Wired no Reino Unido e de muitos jornais em Recife (você pode ver scans e links para os artigos na nossa página do Facebook). Nós também postaremos filmes da Mostra neste website muito em breve, mas enquanto isso você pode conferir nosso Storify e nosso Flickr para ver algumas grandes imagens e assistir nosso projeto de filme para descobrir mais.
Um pouco mais sobre o processo...
A troca foi dividida em duas partes. A parte um, em Bristol, se concentrava em gerar uma ideia coletiva de o que uma Playable City poderia ser, enquanto que a parte dois, em Recife, tinha uma estrutura muito mais aberta, com foco na definição de ideias em grupos de projeto, desenvolvendo a prática.
Houve quatro grupos de projeto no total, e cada um ficou com a tarefa de inventar e fazer um protótipo de um conceito de uma Playable City para Recife. Aqui está um rápido resumo de suas ideias:
Caminhos Aquáticos explorou como as hidrovias de Recife poderiam ser usadas para transporte, já que as ruas são muito congestionadas. O projeto usou o Google Maps para pedir ao público que selecionasse pontos da cidade em que paradas de subida poderiam ser úteis, assim como que criasse iluminação interativa em esquifes (barcos) com belas pinturas para torná-los mais visíveis e mais lúdicos.
Por H.D. Mabuse, Tine Bech, Germana Uchôa, Isabelle Croissant e David Haylock
Imagens © Beto Figueiroa/TragoBoaNoticia 2014
Press Play / Toca Aí foi projetado para criar contato entre as pessoas e a música, por meio de objetos instalados nos muros da cidade que produziam sons conforme as pessoas os tocavam, enquanto que o Telescope for a Beautiful City juntava histórias em um caleidoscópio, produzindo áudio ao ser selecionado, o que complementava as reflexões na ocular do visor.
Por Filipe Calegario, Natasha Chubbuck, Thaís Vidal e Laura Kriefman
Imagens © Beto Figueiroa/TragoBoaNoticia 2014
Fortune Fictions aconteceu nas paradas de ônibus de Recife. Enquanto esperando pelos ônibus, as pessoas eram convidadas a apertar um botão divertido, que acionava algo a ser contado. Essas informações refletiam dados de Recife, como trânsito, clima e níveis de poluição, conectando cidadãos com a condição de sua cidade, enquanto criando um momento mágico no seu dia.
Por Andrew Sleigh, Camila Bandeira, George Lovett, Eduardo Oliveira e Fábio Florencio
Imagens © Beto Figueiroa/TragoBoaNoticia 2014
Por fim, o Woman in the Wall tomou a forma de uma experiência guiada no teatro, na qual o público “caminhava na pele” de uma mulher supostamente presa em uma parede de tijolos pelo seu pai, por ter engravidado antes do casamento. Com performance, mensagens de telefone, pistas físicas e mais, esse passeio teatral pela Rua do Apolo, em Recife, foi uma experiência realmente encantadora, provocando os participantes a considerar o passado, o presente e o futuro de Recife.
Por Leo Falcão, Rosie Poebright, Katherine Jewkes, Phill Tew e Daniel da Hora
Imagen: Derlon © Katherine Jewkes 2014
As ideias foram fantásticas e os participantes já estão procurando meios de desenvolvê-las ainda mais. Eu sinto que, porém, o maior sucesso dessa programação é o próprio processo. Cada participante embarcou numa jornada muito pessoal (geralmente refletida em seus diários de projeto). O processo de desenvolver ideias rapidamente, com pessoas que você nunca encontrou antes, em um curto espaço de tempo, em uma cidade desconhecida (para alguns), navegando por linguagens, navegando por idiomas culturais e exibindo ideias não acabadas em uma esfera pública, é altamente desafiador. Requer muita flexibilidade, generosidade, compreensão e paciência. Pode ser estressante, mas também é altamente recompensador. Eu acho que cada participante aprendeu alguma coisa sobre si mesmo durante o andamento.
Preciso agradecer a nossos fabulosos parceiros, já que essa programação não teria sido possível sem eles. Isso inclui todo mundo da Watershed, da Porto Digital e do British Council, que tornaram isso possível; nossos apoiadores do Arts Council England, do Governo do Estado de Pernambuco e do Governo da Cidade de Recife; nossas fantásticas organizações associadas:
Do Reino Unido: Lighthouse (Brighton), Cornerhouse (Manchester), Site Gallery (Sheffield) and National Theatre Wales (Cardiff).
E de Recife: CESAR, UFPE (a Universidade Federal de Pernambuco), a Fundação Gilberto Freyre e VOXAR.
E, finalmente, um grande agradecimento à Fina Produção, cujo trabalho na produção e na logística em Recife foi absolutamente essencial ao sucesso da programação.
O que vem agora...
Estamos realmente empolgados com o impacto da programação e com a rede que foi estabelecida. Há muitas coisas que poderiam acontecer como resultado.
Contatos: Já há um legado em termos de contatos entre os participantes e parceiros. Eu sei que isso permanecerá e creio que veremos suas reverberações por um longo tempo.
Ideias: Houve muitas grandes ideias que surgiram do programa e tenho certeza que veremos algumas delas novamente. Uma – o Press Play / TocaAí – já entrou na lista do Playable City Award anual de Bristol.
Recife como uma Playable City: A Mostra resultou num grande interesse quanto à noção de “lúdico” e o que isso poderia significar para Recife. Nós até mesmo tivemos um fantástico encontro improvisado com o prefeito da cidade no dia da Mostra, tratando do potencial da programação. Parece que há muito mais diálogos a serem feitos, no contínuo desenvolvimento de Recife como uma Playable City.
Uma rede global de Playable Cities: Esta programação também provou que há muita coisa que cidades pelo mundo podem aprender umas com as outras. Como podemos seguir em frente para construir uma rede produtiva e global de Playable Cities é uma questão interessante.
Posted by Victoria Tillotson